É nesse contexto que entra a campanha Novembro Dourado, uma iniciativa que visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer em crianças e adolescentes
O Novembro Dourado é uma campanha nacional que ocorre todos os anos, no mês de novembro, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil.
A campanha é promovida por diversas instituições de saúde, como o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE), que organizam ações educativas, eventos e distribuem materiais informativos para esclarecer a população.
O cenário do câncer infantojuvenil no Brasil
Segundo dados do INCA, o câncer é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil. São esperados cerca de 8.500 novos casos de câncer infantojuvenil por ano, sendo os tipos mais comuns:
- Leucemias: câncer que afeta a medula óssea, responsável pela produção de células sanguíneas.
- Tumores do sistema nervoso central: que incluem tumores cerebrais e medulares.
- Linfomas: cânceres que afetam o sistema linfático, parte essencial do sistema imunológico.
Fatores de risco e prevenção do câncer infantojuvenil
Ao contrário do câncer em adultos, o câncer em crianças e adolescentes muitas vezes não está associado a fatores de risco externos, como hábitos de vida. Em geral, as causas são multifatoriais e ainda não totalmente compreendidas, envolvendo fatores genéticos e alterações no desenvolvimento celular.
No entanto, é importante estar atento aos fatores hereditários ou síndromes genéticas que podem aumentar o risco da doença.
Histórico familiar e síndromes
A hereditariedade pode desempenhar um papel significativo em alguns tipos de câncer infantojuvenil. Certas síndromes genéticas, como a Síndrome de Down e a Síndrome de Li-Fraumeni, são conhecidas por aumentar o risco de câncer em crianças.
Se houver casos de câncer em familiares próximos, como pais ou irmãos, é importante que a criança seja acompanhada de perto por médicos especialistas. Nesse contexto, consultas regulares e exames preventivos podem ser essenciais para a detecção precoce.
O que pode ser feito para evitar? Embora não seja possível prevenir completamente o câncer infantojuvenil, algumas ações podem ajudar a detectar a doença de forma precoce e, assim, aumentar as chances de cura:
Consultas pediátricas regulares
Acompanhamentos frequentes permitem que o pediatra observe alterações no desenvolvimento e sinais que possam indicar um problema.
Atenção aos sintomas
Febre persistente, palidez, cansaço sem motivo aparente, dores ósseas ou articulares e perda de peso inexplicada são alguns dos sinais que merecem investigação.
Sintomas e sinais de alerta
- Palidez inexplicada e cansaço excessivo
- Febre persistente
- Dores ósseas ou articulares
- Caroços ou inchaços
- Perda de peso inexplicável
- Dores de cabeça persistentes
- Alterações na visão
- Sangramentos ou manchas roxas
Esses sintomas não significam necessariamente que uma criança tenha câncer, mas é crucial procurar um médico o mais rápido possível para uma avaliação detalhada. Geralmente, quanto mais cedo o câncer é detectado, maiores são as chances de tratamento e cura.
Diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil
O diagnóstico precoce é o principal fator para aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil. No entanto, identificar os primeiros sinais da doença pode ser desafiador, pois os sintomas podem ser confundidos com doenças comuns da infância, como infecções virais.
Por isso, é fundamental que os pais e responsáveis estejam sempre atentos às mudanças no comportamento e na saúde da criança.
Após a detecção de sinais de alerta, os exames mais utilizados para confirmar o diagnóstico incluem:
- Exames de imagem: tomografia, ressonância magnética ou ultrassom.
- Exames de sangue: ajudam a identificar possíveis alterações nas células sanguíneas.
- Biópsias: retirada de uma amostra de tecido para análise em laboratório.
O papel da família e do sistema de saúde
O diagnóstico de câncer infantojuvenil é um momento extremamente delicado, não só para uma criança ou adolescente, mas para toda a família. O tratamento pode envolver longos períodos de internação, procedimentos médicos agressivos e mudanças na rotina familiar.
Nesse contexto, o papel da família é essencial para o sucesso do tratamento, oferecendo suporte emocional, amor e estabilidade, o que pode alterar positivamente a resposta do paciente à terapia.
Os pais e responsáveis precisam estar bem informados sobre o plano de tratamento, colaborar com a equipe médica e criar um ambiente de apoio emocional para a criança. Ajudar uma criança ou adolescente a lidar com os sentimentos de medo e ansiedade que o diagnóstico traz. Conversas abertas e honestas sobre o que está acontecendo são fundamentais, além de garantir que eles se sintam amados e protegidos.
Graças aos avanços na medicina e à importância do diagnóstico precoce, as chances de cura podem ultrapassar 80% em muitos casos. A conscientização promovida por campanhas como o Novembro Dourado é essencial para educar a população sobre os sinais de alerta e a importância de um acompanhamento médico regular.
Prestar atenção aos sinais, buscar informação e apoio, e participar de iniciativas de conscientização pode fazer toda a diferença. Com o envolvimento de todos — famílias, profissionais de saúde e sociedade — é possível garantir que mais crianças e adolescentes tenham um futuro saudável e livre do câncer.
Vamos juntos disseminar informação e compartilhar a campanha Novembro Dourado?