O mês de setembro carrega um significado especial no calendário da saúde. É quando se celebra o Setembro Verde, uma campanha nacional de conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Criado para estimular o debate, combater o preconceito e salvar vidas, o movimento reforça um gesto simples e poderoso: dizer “sim” à vida mesmo após a morte.
O Brasil é referência mundial em transplantes realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas ainda enfrenta desafios como a desinformação e a recusa familiar. Entender o processo e conversar com a família sobre o desejo de ser doador é fundamental para mudar essa realidade.
Por que o Setembro Verde existe?
A campanha foi criada para reforçar o diálogo sobre doação de órgãos, informar a população e reduzir as filas de espera por transplantes. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 66 mil pessoas aguardam por um órgão ou tecido no país. Cada doador pode beneficiar até oito vidas, além de ajudar dezenas de pessoas com doações de tecidos como córneas, pele e ossos.
O Setembro Verde foi oficializado em vários estados e cidades do Brasil, ganhando força com eventos públicos, iluminação de prédios com a cor da campanha, ações nas redes sociais e depoimentos de quem teve a vida transformada por um transplante.
O que pode ser doado?
No Brasil, é possível doar órgãos e tecidos tanto em vida quanto após a morte. Veja o que pode ser doado:
Doações em vida
- Um dos rins
- Parte do fígado
- Parte dos pulmões
- Medula óssea
Observação: a doação em vida só é permitida para parentes até o quarto grau ou com autorização judicial.
Doações após a morte cerebral confirmada
- Coração
- Pulmões
- Fígado
- Rins
- Pâncreas
- Intestino
Tecidos que também podem ser doados
- Córneas
- Pele
- Ossos
- Cartilagens
- Tendões
- Válvulas cardíacas
- Vasos sanguíneos
Como se tornar um doador de órgãos?
No Brasil, a única maneira de garantir a doação após a morte é comunicando a sua família. Mesmo que você tenha registrado sua vontade em documentos, é a família quem autoriza a doação no momento do falecimento com morte encefálica.
Por isso, o principal passo é conversar com os seus familiares e deixar claro o seu desejo. Dizer “eu quero ser doador” em vida é o que pode fazer a diferença entre uma doação e a continuidade da espera.
A importância da informação
A maior barreira para a doação de órgãos é a falta de informação. Muitos mitos ainda circulam sobre o tema, como a ideia de que os médicos “não se esforçam” para salvar doadores ou que o corpo é desrespeitado no processo. Nada disso é verdade.
A doação só ocorre após a constatação de morte encefálica por dois médicos diferentes, e todo o procedimento segue normas rígidas de respeito, dignidade e cuidado com o corpo.
A decisão de doar é um gesto de amor e generosidade. Para muitas famílias, saber que um ente querido salvou vidas ajuda a transformar a dor da perda em um legado de esperança.
Onde encontrar mais informações oficiais?
Se você deseja saber mais, tirar dúvidas ou acompanhar a fila de espera, consulte os canais oficiais:
- Ministério da Saúde – Doação de Órgãos e Tecidos
- Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO)
Setembro Verde: um convite à empatia e à vida
A cada ano, milhares de brasileiros aguardam uma chance de recomeçar por meio de um transplante. Você pode fazer parte dessa transformação. Informe-se, compartilhe, converse com quem você ama.
A vida continua quando a gente escolhe doar.